quarta-feira, 27 de abril de 2011

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Ponto de situação e desejos de Santa Páscoa para os amigos do LANIFICIOS.DOC

Imagens exteriores já estão seleccionadas. Foi um processo longo e dificil aproveitando alguns domingos e o dia de hoje de feriado. O passo seguinte é a selecção de conteudos das entrevistas para interpolar com as imagens. Posteriormente colocação da musica e voz off, assim como uma ou outra fotografia. Talvez no final de Maio esteja pronto o 1.º exemplar. BOA PÁSCOA para os seguidores e amigos do LANIFICIOS.DOC
Luis Silva

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios

O primeiro documento público, de carácter geral, emanado do poder de El-Rei, para organizar a indústria de lanifícios em Portugal, data de 1573 e chama-se REGIMENTO DA FÁBRICA DOS PANOS. (Aqui a palavra "fábrica" significa fabrico, fabricação ou indústria e não fábrica, oficina ou local para laboração de tecidos). Mandou-o publicar El-Rei D. Sebastião. A ANIL possui um tríptico que retrata o facto e cuja fotografia aqui reproduzimos:

Mais tarde, em 1690, D. Pedro II, "sendo informado que o Regimento que o Senhor Rei D. Sebastião mandou dar á Fábrica dos Panos deste Reino no ano de 1573, se não guardava”, mandou promulgá-lo novamente na integra, para que "se cumprisse e guardasse" exactamente em todos os seus 96 capítulos.

No século que mediou entre a promulgação do Regimento de 1573 e a do Regimento de 1690 deram-se acontecimentos históricos nacionais - a batalha de Alcácer-Kibir, a dominação filipina, a restauração de Portugal, as guerras da independência - que influíram profundamente na política, na administração pública e na indústria da Nação. A indústria de lanifícios ou a fábrica dos panos, sofrera também, como outras indústrias, nesse período histórico, as consequências da ruinosa administração filipina.

Após a restauração de Portugal era urgente reorganizar essa indústria que florescera já bastante nos reinados de D. Manuel, D. João III e D. Sebastião e decaíra lamentavelmente na dinastia dos Filipes.
Com esse intuito o rei D. Pedro II, ao promulgar o Regimento de 1690 mandou acrescentar ao Regimento precedente de 1573 os onze capítulos finais (97 a 107) para o tornar mais conforme á "mudança e variedade dos tempos e á experiência do que melhor convinha".

E assim o REGIMENTO DA FÁBRICA DOS PANOS, promulgado por D.Sebastião (96 capitulos) acrescentado com onze capítulos (97 a 107) do Regimento de D.Pedro II , foi a Magna Carta da indústria dos lanifícios em Portugal. Esteve em vigor durante mais de dois séculos e meio, exactamente 261 anos, - até que foi ab-rogado em 1834, na monarquia constitucional.

A primeira associação industrial de lanifícios surgiu em 1820, com a denominação de Grémio da Covilhã, cidade onde já existia um número considerável de fábricas. Este Grémio tinha a sede em Lisboa, por óbvias razões.

Sucedeu-lhe em 1889, a Associação Industrial e Comercial da Covilhã, de que foi primeiro Presidente da Direcção o Comendador José Maria da Silva Campos Melo, industrial e filantropo, grande impulsionador da modernização da Industria de lanifícios e que criou a primeira Escola Industrial em Portugal, onde se formaram durante oitenta anos os técnicos desta Indústria.

Esta associação durou até 1936, quando após longas conversações com o governo e depois de serem aceites as condições que os industriais exigiram, de autonomia de gestão e de independência económica, se transformou em Federação e nos seus respectivos grémios.

A Federação Nacional dos Industriais de Lanifícios, a que presidiu durante 33 anos o Dr João Ubach Chaves, dispondo de importantes valores, criou a Caixa de Previdência da Industria de Lanifícios, com benefícios especiais, mandou construir um bairro social para trabalhadores da indústria, possuía 2 centros de férias de praia para filhos de trabalhadores e construiu um edifício para armazenamento, condicionamento de lãs e outros laboratórios de análise. O custo total do investimento, em 1949, foi superior a 25 000 contos, totalmente provenientes de fundos próprios.

A FNIL, consciente do deficit académico dos quadros da indústria, a Escola Industrial Campos Melo não dava já resposta às novas exigências da modernização tecnológica, criou, em 1956, bolsas de estudo no valor total anual de 500 contos, para técnicos da indústria se licenciarem em engenharia têxtil, nomeadamente na Inglaterra, na Bélgica e em França o que trouxe a muitas fábricas a mais-valia técnica em falta.

Com a assinatura do tratado da EFTA em 1960 ( European Free Trade Association) a FNIL tentou antecipadamente incentivar as empresas a fundirem-se em unidades de maior dimensão, com o fim de melhor enfrentarem a acrescida concorrência externa que o acordado progressivo desmantelamento das barreiras alfandegárias iria eventualmente causar.

Muitas das mais de trezentas e cinquenta fábricas de lanifícios, então registadas na FNIL, tinham dimensões muito reduzidas e parecia razoável acreditar que não poderiam sobreviver face à concorrência da poderosa indústria de lanifícios britânica. No entanto, e por votação realizada nos diferentes grémios, a ideia foi rejeitada por maioria.

Salvo negócios esporádicos e alguns ruinosos, as fábricas de lanifícios não exportavam e, abrindo-se nesse momento as fronteiras de países como a Áustria, a Dinamarca, o Reino Unido, a Suécia, a Noruega e a Suíça, havia que dotar as empresas, nisso interessadas, do know-how necessário.
Não tendo resultado a concentração de empresas, a FNIL incentivou, comparticipando nas despesas, 5 empresas a constituírem uma sociedade de exportação e importação, que funcionou durante 7 anos, que foi a pioneira da exportação sistemática de lanifícios portugueses e a origem do necessário conhecimento que aproveitou a toda a indústria.

O industrial, jornalista e político, José de Bastos Rabaça, nomeado em 1969 para presidir à FNIL, após a reforma do Dr Ubach Chaves, revitalizou a pesada estrutura em que se tinha, entretanto, transformado a FNIL, aliviou a burocracia e democratizou a gestão da Federação.
Em 1970, um grupo de covilhanenses, à frente dos quais estava Manuel Mesquita Nunes, então Presidente do Grémio da Covilhã e que se destacou como grande industrial nos anos 60 do século XX, lançou as bases para a fundação do Instituto Politécnico da Covilhã, que se destinou principalmente a formar técnicos e gestores para a indústria têxtil e que veio a dar origem à Universidade da Beira Interior.

Com o desmantelamento do sistema corporativo em 1974 e após várias assembleias gerais com a presença de centenas de industriais, ficou decidido por grande maioria, fundar a Associação a que se deu o nome de Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios, decidindo-se também, após votação cerrada, localizar a sede na Covilhã. José de Bastos Rabaça como último presidente da FNIL presidiu a estas reuniões, mas decidiu desligar-se deste movimento associativo, pelo que foi Manuel Mesquita Nunes que impulsionou a realização da escritura de fundação em 20 de Dezembro de 1974 na secretaria notarial da Covilhã e que foi assinada por representantes de várias fábricas.

Em 1975, o governo português nacionalizou todos os bens da FNIL e dos seus grémios. Nesta sequência e não tendo ainda havido eleições para os órgãos sociais, foi formada uma comissão de industriais, a que presidiu o industrial Paulo Nina de Oliveira, com o principal objectivo de recuperar o património e ainda de gerir as negociações com os sindicatos, recusando perante os sucessivos governos constituir formalmente a Associação até à devolução do património, pela razão de a FNIL nunca ter recebido dinheiros públicos.

Tornando breve o que foi uma luta muito dura e que se prolongou por uns exaustivos 5 anos, o património da FNIL foi devolvido em 1979, foram promovidas as eleições para os órgãos sociais e a Associação começou a funcionar com normalidade.

Foi primeiro Presidente da Direcção, Paulo Nina de Oliveira, sucessivamente reeleito até 1994. Foi Presidente da Interlaine entre 1995 e 1997 e Presidente da Comissão de Tecelagem da IWTO entre 1994 e 1996. Actualmente é Presidente da Assembleia Geral e do Conselho Geral da Anil.

Com um curriculum extraordinário e único, como Industrial de Lanifícios, o Comendador Paulo de Oliveira emprestou à Anil toda a sua competência, realizando uma obra notável como dirigente associativo.
Da sua gestão destacamos:

-Filiação na Interlaine (1980)

-Filiação na IWTO (1981)

-Filiação na Federação da Industria Têxtil e do Vestuário Portuguesa (1986)

-Reestruturação da Indústria de Lanifícios (1987)

-Acordo protocolar com o ICEP para apoio ao design das colecções de fios e tecidos (1989)

- Fundação do CITEVE em Vila Nova de Famalicão e na Covilhã (1990)

-Fundação do CILAN (1992)

-Construção do Pavilhão de Exposições (1992)

Sucedeu-lhe em 1995 o Dr Joaquim Mota Veiga, membro da Direcção desde 1979 e influente vice-presidente da Anil entre 1986 e 1995.

Para além de continuar as acções iniciadas pelo seu predecessor, dedicou muita atenção à luta contra a globalização desgovernada do comércio que já se previa vir a acontecer, intervindo amiudadas vezes junto do governo, numa defesa brilhante e aguerrida da indústria de lanifícios portuguesa, contribuindo decisivamente para proteger até ao limite, as principais posições pautais alfandegárias dos lanifícios.

Dedicou especial atenção ao desenvolvimento das feiras realizadas no pavilhão de exposições no que teve o apoio e entusiasmo do Engº Robalo, então vice-presidente da Direcção e que se tornaram durante os seus mandatos num dos principais rendimentos da Anil. Tiveram especial sucesso comercial os encontros têxteis com fábricas de confecção espanholas nos anos de 1999 e 2000, com resultados bem visíveis no aumento das exportações laneiras para aquele país.

Uma doença grave no ano de 2000, obrigou-o a abandonar as suas actividades como industrial e como dirigente associativo. Foi vogal 7 anos, vice-presidente 9 anos e Presidente da Direcção 6 anos, num total de 22 anos de dedicação à vida associativa. Foi ainda vice-presidente da Interlaine entre 1993 e 1995 e membro do Conselho de Administração do Citeve desde a sua fundação até 2003.
Eleito pela 1ª vez em 2003, o engº José Alberto Robalo actual Presidente da Direcção, tem dado uma sequência importante à obra dos seus antecessores, destacando-se com intervenções de grande coragem junto dos poderes públicos, nacionais e da União Europeia.

Membro do actual Conselho de Administração do Citeve, é também Presidente da Federação Textil e do Vestuário de Portugal, que reúne, para além da Anil, a Anit-Lar e a Anivec/Apiv e é nessa qualidade que frequentemente interpela os grupos parlamentares e o Governo, chamando a atenção para a destruição da indústria transformadora a que as politicas governamentais e europeias conduzem. Foi já na sua presidência da Federação e por pressão desta, que foi criada uma subcomissão económica do parlamento para a têxtil e vestuário, com as vantagens inerentes.

A presente Direcção tem mandato até Setembro de 2009.

in: http://www.anil.pt/

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Governador Civil da Guarda, António José Santinho Pacheco, ex-presidente da Câmara Municipal de Gouveia!

A entrevista correu muito bem, fomos muito bem tratados e recebidos.
Agradecemos toda a disponibilidade do Sr. Governador Civil da Guarda; Santinho Pacheco.







terça-feira, 5 de abril de 2011

TOSQUIA... é aqui que tudo começa, no corte da lã!

Foi um dia, simplesmente fun tástico...
Fomos bem recebidos, bem tratados, bem comidos, bem bebidos, tudo excelente.
Como é natural na nossa Serra da Estrela! Obrigado a todos.



















domingo, 3 de abril de 2011

Salvemos o nosso Património Industrial


Concurso «Faz Portugal Melhor» - Relatório da Prova 1. Equipa «Parrimonius» - Secundária c/ 3.º CEB de Gouveia - GOUVEIA



1- Diagnóstico do tema/problema
Preocupa-nos o património industrial da nossa terra – Gouveia, que foi um dos teares da Beira
desde meados do séc. XIX e grande parte do séc. XX. Para José Guerrinha (2005, p.62), «a grande “revolução” industrial deu-se com a utilização da máquina a vapor. A primeira aplicação à indústria data de 1835, suscitando o aumento do número de fábricas. A moderna maquinaria também se repercutiu na indústria dos lanifícios, em Gouveia, pois se nessa ocasião laboravam em Gouveia 8 fábricas, e no concelho 16, passado uns tempos, em 1873, já funcionavam 23 fábricas com 192 teares manuais. A indústria de lanifícios foi o progresso desta zona ao longo dos tempos. Gouveia foi um importante centro fabril. Sentindo a importância das vias de comunicação, na segunda metade do séc. XIX modernizaram-se os transportes e as vias de comunicação.»
Toda esta actividade justificou que Gouveia se tivesse dotado de novas infra-estruturas – uma estação de caminho de ferro na linha da Beira Alta e novas estradas como a ligação Gouveia - Penhas Douradas, pelos finais do séc. XIX. De igual modo, toda esta actividade industrial ligada à pastorícia – a lã como matéria-prima importante foi, desde tempos imemoriais, uma actividade de suma importância para a região – associou-se às indústrias relacionadas com o fabrico de queijo.
Por outro lado, a par da actividade industrial surgiram manifestações culturais e de carácter religioso, o associativismo e o ensino. Todo este contexto histórico vinca Gouveia hoje, como uma terra com história e identidade próprias, não se podendo perder as suas memórias.
É bem provável que esta perda esteja associada ao declínio desta actividade de criação de gado e têxtil, embora os efeitos de homogeneização criados pela globalização cultural tendam a fazer esquecer as particularidades e heranças locais.
A imensa riqueza dos cursos de água, como as ribeiras, um património ambiental estratégico, deram origem à instalação dessa actividade industrial que hoje se encontra num ciclo degradativo, sem qualquer tipo de intervenção, quer dos poderes particulares, quer dos poderes públicos. São pedaços de memória que vão desaparecendo ou que o tempo se encarregará de fazer desaparecer, sem lhes dar novas serventias.
Como geração actual, cabe-nos lançar um grito de alerta para a sua salvaguarda: “Como e porquê?” Encontramo-nos numa região importante da Serra da Estrela e pensamos que terá de ser na região que teremos de encontrar o antídoto da salvaguarda, ou seja, o envolvimento das gerações locais e diferentes interveninentes sociais.
A região inclui os distritos da Guarda, Castelo-Branco e Coimbra e tem potencial humano, científico e técnico para com ele se fazer algo na defesa do património. Por isso, parece-nos como o mais ajustado a defesa do património associado, conforme defende Luis Sebastian (2005), quer pelos objectivos a defender, quer pela estrutura organizativa, quer pela espessura do património. A sua defesa pode e deve ser um potencial de futuro, envolvendo instituições universitárias, cientificas, escolas e população em geral, e pode ser geradora de emprego numa actividade que se apresenta como a principal para a região que é o turismo.
A Câmara Municipal de Gouveia, que adquiriu a antiga fábrica de lanifícios Bellino&Bellino, está a projectar a requalificação urbana da área (cerca de 20 hectares) e parece-nos um bom exemplo de intervenção pública para requalificação de zonas degradadas, salvaguardando o património natural e paisagístico e parte do património industrial.
Assim, a defesa deste património afigura-se como viável, integrado na Rota da Lã que necessita de ser dinamizada e revitalizada e que envolve a região da Serra da Estrela e a região espanhola fronteiriça (Cáceres). Está de acordo com o projecto PNPOT que chama a atenção dos programas Comunitários transfronteiriços como de grande importância e de viabilidade para o futuro. Há que associar estudos científicos, articulá-los e discuti-los e, aqui, parece-nos prudente e aconselhável à sustentabilidade do projecto aproveitar aquilo que está a ser feito pela UBI – responsável pelo Museu dos Lanifícios da Covilhã e que pode e deve ser um exemplo a seguir.

sábado, 2 de abril de 2011

Hoje foi a vez de filmar a tosquia das ovelhas

Mais um dia bem passado na companhia da comunicação social, membros da equipe de realização do filme, intervenientes que realizaram a tosquia e todas as pessoas que nos prepararam o belo do almoço. A todos o meu muito obrigado. Por razões de não desvendar tudo sobre o filme, esta parte não será previamente publicada em video na internet, mas apenas em fotografia pelo reporter fotografico Nuno Pinheiro.