terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A História de Alvoco da Serra pela influência económica, social e demográfica dos lanifícios é, em grande parte, a História dos lanifícios.

Fonte:
Site da Junta de Freguesia com textos de Dr. Jorge Albuquerque

Com o foral de D. Manuel I, Alvoco da Serra foi vila e sede de concelho até 1836, ano em que o concelho foi extinto. Tinha, em 1801, 667 habitantes. Entre 1836 e 1855 pertenceu ao concelho de Loriga, após o que passou a integrar o concelho de Seia.
Mas, a grande novidade do século XIX, são os lanifícios. De meados do século XIX a meados do século XX, Alvoco da Serra foi um centro importante de lanifícios, a fama da sua produção era nacional. Mas a manufactura doméstica da lã é muito antiga em Alvoco da Serra como o reconheceram já os Inquéritos Pombalinos. As fontes de abastecimento da matéria-prima alteraram-se com o devir histórico e assim, nos inícios do século XIX, fabricantes-negociantes de Alvoco da Serra abasteciam-se no Alentejo, preocupação pela qualidade das suas fazendas.
As fábricas vieram a surgir oriundas, por um lado, do peso da tradição manufactureira da lã, de capitais particulares provenientes do comércio dessas manufacturas e por outro, das condições locais: abundância de água para mover as rodas hidráulicas e abundância de lã; apesar de todas as crises, a indústria foi-se mantendo, contribuindo decisivamente para a estabilidade e aumento dos quantitativos populacionais. Com o encerramento das duas fábricas existentes, em meados da década de sessenta do século XX, a de Eduardo Moura e da Sociedade Mateus e Britos, encerrava-se, porventura, o capítulo mais importante da História de Alvoco da Serra, não é por acaso que neste século a sua população ou se mantém ou aumenta e vê dois dos seus filhos ascenderem ao baronato: o barão de São Domingos,  António Monteiro de Pina e o barão de Alvoco da Serra, Joaquim Monteiro de Pina. A partir da década de 60 é a decadência inexorável, a linguagem dos números é clara: 732 habitantes em 1960, 461 em 1980.
As fábricas deixaram de laborar nessa década, a maquinaria foi vendida, apenas restam os edifícios. A de Eduardo Moura foi adoptada a Turismo Rural e as duas que ultimamente pertenciam à firma Mateus e Britos, uma está a ser utilizada para habitação e, para a outra, existe um projecto de instalação de um Museu de Lanifícios. (aquando da nossa visita a Alvoco da Serra, foi-nos dito que o Município de Seia, comprou o edifício para instalar o Museu)   A História de Alvoco da Serra pela influência económica, social e demográfica dos lanifícios é, em grande parte, a História dos lanifícios.
Relativamente aos altos e baixos no nº de habitantes de Alvoco da Serra, podem ver o resultado da minha pesquisa:
Ano:                 Habitantes:
séc. XVIII        120 vizinhos
1801                 667
1878                 1.071
1900                 1.180
1960                 732
1980                 461
2001                 646


2 comentários:

Teté M. Jorge disse...

Vim conferir o que você falou, Pinhas!
O espaço está muito bom!
Promete boas histórias, relatos... documentários sem dimensões.
Felicidades e muito sucesso!

Um beijo terno.

Nuno Pinheiro disse...

A TECA até a "conferir" é fun tástica. Agradecemos o comentário e continue acompanhar o nosso trabalho.